sábado, 6 de maio de 2023

ENTENDA SUPOSTO ESQUEMA DE HORAS EXTRAS ILEGAIS EM BATALHÃO DA PM NO INTERIOR DO CEARÁ

 Policiais militares seriam escalados para um serviço de horas extras, enquanto realizavam segurança particular de estabelecimentos e festas


Um subtenente da Polícia Militar do Ceará (PMCE) é investigado pela Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos da Segurança Pública e Sistema Penitenciário (CGD) pela suspeita de receber valores do Estado por horas extras trabalhadas pela Corporação, enquanto realizava segurança particular de estabelecimentos, no Município de Icó, no Centro Sul do Ceará.

Um relatório da Assessoria de Inteligência (Asint) da própria PMCE, obtido pelo Diário do Nordeste, aponta que "denúncias contam que o militar chefia um forte esquema criminoso na supracitada cidade, esquema esse onde se constatam vários delitos como os de corrupção passiva, extorsão, improbidade administrativa, enriquecimento ilícito, além das infrações de natureza administrativa supostamente cometidas pelo militar".

A suspeita é de que policiais militares foram escalados em Icó, nos anos de 2021 e 2022, para trabalhar por Indenização por Reforço do Serviço Militar Operacional (IRSO) - horas extras - enquanto realizavam a segurança particular de estabelecimentos e festas (por vezes fardado e outras, à paisana). Os servidores receberiam tanto do Estado quanto dos responsáveis pelos locais que "contratavam" os policiais.

A reportagem recebeu áudios trocados entre militares da cidade e prints de conversas, que revelam negociações suspeitas. Em uma conversa em um grupo do batalhão no aplicativo WhatsApp, o subtenente PM diz a outro agente: "Coloquei uma IRSO de seis horas para você hoje. 26,27 (reais) x 6 = 157,62. Aí no repasse de dezembro, você me dá 50. Aí tu fica com R$ 107,62. Pode ser? (sic)".

Em outra conversa frequente, um responsável por uma loja de eletrodomésticos de Icó pede reforço policial para o seu estabelecimento para o WhatsApp do batalhão da Polícia Militar, que apenas confirma que vai enviar. Foi assim nos dias 1 e 7 de outubro de 2021; 21 e 22 de dezembro do mesmo ano; 1, 4, 25, 26 e 31 de janeiro de 2022; e 1 e 3 de fevereiro.

As identidades dos PMs são preservadas na matéria porque o caso ainda é investigado na CGD e não teve indicamento pela Autoridade Policial ou denúncia formal pelo Ministério Público do Ceará (MPCE).

BLOG SINHÁ SABOIA/ DN

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