sexta-feira, 15 de janeiro de 2021

NAMORADO QUE MATOU UNIVERSITÁRIA FORJOU SEQUESTRO E PEDIU R$ 20 MIL DE RESGATE

O suspeito trabalhava como motorista de aplicativo e enviou mensagens para a família da vítima fingindo ser membro de uma facção criminosa

Legenda: Conforme a Polícia Civil, Maria Efigênia Soares, 28, estava grávida de seis semanas de Wando Cordeiro Vasconcelos, 35. Ele, por não aceitar a gestação, premeditou o crime
Foto: Reprodução

O namorado da universitária que foi morta carbonizada em Chorozinho, Região Metropolitana de Fortaleza, forjou o sequestro da jovem. Ele enviou mensagem para a família dela fingindo ser um integrante de uma facção criminosa e pediu R$ 20 mil de resgate para "liberá-la", de acordo com o delegado geral da Polícia Civil, Marcus Rattacaso.

Logo após ser preso, Wando Cordeiro Vasconcelos, 35, confessou o crime.

Segundo o titular da instituição, a Polícia Civil conseguiu rastrear as ligações recebidas pela vítima no dia em que ela desapareceu, na última quarta-feira (13), no bairro José Walter. Assim, os agentes o encontraram em Pacajus e descobriram que os dois namoravam. Na ocasião, ele estava com o aparelho celular da vítima.
Motivação do crime 

Conforme o delegado geral, Maria Efigênia Soares, 28, estava grávida de seis semanas de Wando. Ele, por não aceitar a gestação, premeditou o crime. As investigações apontam que o homem trafegou cerca de 50 quilômetros com o corpo da vítima no carro, até abandoná-lo às margens da BR-116. 

"Ele marcou um encontro com ela. Nesse local, eles tiveram relações sexuais. Esse crime foi premeditado, porque no banco traseiro do veículo já tinha um tapete e ele passou a asfixiá-la. Matou, enrolou nesse tapete, colocou no banco traseiro, foi ao posto de gasolina, comprou cinco litros do combustível, levou essa moça às margens da BR-116, dispensou o corpo e ateou fogo nesse corpo", relata o delegado.

A mãe da jovem declarou que Wando matou Efigênia porque ele não aceitava a gravidez. Em depoimento, o motorista de aplicativo negou a motivação e informou que esteve com a vítima no dia do desaparecimento, mas a deixou em uma casa no bairro Planalto Ayrton Senna. Ele foi autuado por homicídio com qualificadores de motivo torpe, meio da morte por asfixia, impossibilidade de defesa da vítima e femicídio, além de ocultação de cadáver.

Desaparecimento 

De acordo com a mãe da vítima, Jaqueline Santana, a filha saiu da casa da família, no José Walter, em Fortaleza, na quarta-feira (14), informando que iria a um supermercado, e não foi mais vista. ''Ela chegou da clínica onde fazia estágio, disse que ia para o mercantil. Ele (suspeito) mandou mensagem para o pai dela dizendo que ela tinha sido sequestrada", afirma. 

Também segundo a mãe da vítima, a família não sabia do namoro dos dois. "Aconteceu que ela tava com esse relacionamento, aí, estava saindo com esse rapaz, que vinha várias vezes aqui, e eu perguntava, e ela dizia que era amigo. Ela engravidou, e ele não queria. Ele deu um de Deus; foi lá e matou. Ele acha que pode ser maior que Deus, e ninguém pode", diz Jaqueline Santana. 

A família soube da morte da estudante de Fisioterapia pela Divisão Anti-Sequestro (DAS), que investigava o desaparecimento da universitária. "Eu tava triste, mas, ao mesmo tempo, estava acreditando em Deus. Quando foi de tardezinha, entrando pela noite, o delegado me deu a notícia que o cara que tava com ela havia matado. Ele (suspeito) quis dizer que ela tava envolvida em coisa errada, ele quis induzir as pessoas a acreditarem que ela estava envolvida em coisa errada", relata a mãe da universitária.

BLOG SINHÁ SABOIA/ F: DN

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