O Ministério Público Federal no Ceará (MPF/CE) ingressou com ação civil por improbidade administrativa contra o prefeito e a secretária de Saúde de Guaraciaba do Norte, interior do Estado, por terem furado a fila de vacinação contra a Covid-19.
Antônio Adail Machado Castro (MDB) e Roberta Caroliny de Paiva Firmino, segundo o MPF, não fazem parte do grupo prioritário da primeira fase do processo de imunização e aproveitaram-se de seus cargos públicos para tomarem doses do imunizante, desconsiderando os critérios estipulados pelo Ministério da Saúde e pelo Estado do Ceará.
Adail Machado tem 58 anos de idade e, segundo o MPF, foi o segundo a se vacinar em Guaraciaba do Norte, quando o município recebeu o primeiro lote da vacina, em janeiro deste ano. O montante era destinado a trabalhadores da Saúde que atuam na linha de frente de combate à pandemia e a idosos institucionalizados.
Embora seja médico, a investigação comprovou que o prefeito não atua como profissional de saúde da linha frente do combate à Covid-19, portanto sua vacinação é considerada "desonesta e corrupta". Já a secretária de saúde, de 40 anos de idade, também não atua na linha de frente, tendo recebido a vacina no início de fevereiro, antes de pessoas do grupo prioritário da primeira fase.
O MPF pede na ação que o prefeito e a secretária sejam condenados à perda da função pública, com suspensão dos direitos políticos de três a cinco anos, e também ao ressarcimento dos danos causados. Eles devem pagar dano moral coletivo no valor de R$ 100 mil e multa civil de até cem vezes o valor da remuneração percebida pelo agente. Pedem, ainda, a proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente.
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