sexta-feira, 28 de março de 2014

Ex-soldado da PM é acusado de chefiar quadrilha que assassinava policiais em Fortaleza


Apreensão realizada pela PF (Foto: Mauri Melo)

Um ex-soldado da Polícia Militar (PM) é acusado de chefiar uma quadrilha que assassinava policiais em Fortaleza. A Polícia Federal (PF) prendeu o PM na operação que foi deflagrada contra fraudes bancárias cometidas por duas organizações criminosas que causaram prejuízo de R$ 9 milhões à Caixa Econômica Federal (CEF). Em coletiva de imprensa, a PF informou que chegou aos homicídios cometidos pelo PM após sua prisão, mas não detalhou sobre essa acusação.

A PF suspeita que 11 homicídios que ocorreram em Fortaleza nos últimos meses tenham ligação direta com a quadrilha. Segundo a PF, o bando cometia crimes de latrocínio (assalto seguido de morte) e roubo a mão armada. Ao todo, 10 pessoas foram presas na capital cearense.

A operação ocorreu no Ceará, em mais cinco estados (São Paulo, Piauí, Maranhão, Alagoas, Paraíba) e no Distrito Federal. Chamada de Cártula - referente a título de crédito ou cheque -, a operação apreendeu, entre outras coisas, cartões de crédito, talões de cheque, máquinas de cartão, carimbos e bananas de dinamite.

A ação da PF tem como objetivo cumprir 52 mandados judiciais; 10 mandados de prisão preventiva; 11 mandados de busca e apreensão; e 31 mandados de condução coercitiva, além do sequestro de imóvel, veículos e contas bancárias.

Esta foi a primeira investigação da PF, que teve início em outubro do ano passado, com base em um sistema nacional de bancos de dados criado para cruzar informações bancárias. O novo método verificou a incidência de crimes de estelionato e lavagem de dinheiro na modalidade clonagem de cheques.

Segundo a PF, os grupos criminosos utilizavam documentos falsos para a abertura de contas bancárias na Caixa Econômica. Outro método de atuação era a cooptação de titulares de contas bancárias existentes para que permitissem o uso das mesmas no esquema ilegal.

“A fraude consistia na obtenção de folhas de cheques originais. Posteriormente, os criminosos inseriam dados falsos com alteração da numeração. Para a compensação dos cheques fraudados, eles faziam uso das contas abertas irregularmente ou através das contas bancárias dos terceiros cooptados, que as cediam mediante pagamento em dinheiro”, disse a PF em nota.

Violência

De acordo com a PF, as investigações revelaram também que as quadrilhas agiam com violência e grave ameaça para manter o domínio e controle de suas atividades. Os líderes das duas organizações criminosas possuem vasta folha de antecedentes com a prática de crimes de homicídios, latrocínio e assalto a mão armada.

Cooperação da CEF

Ainda segundo a PF, a CEF ajudou a Polícia na colheita dos dados bancários e com a decretação judicial de afastamento do sigilo bancário, o que foi decisivo para identificar os grupos criminosos.

O POVO Online entrou em contato com assessoria da Caixa Econômica, que solicitou um email com perguntas para que em breve possa dar uma resposta sobre o caso.

Fonte: O Povo

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