Aldemir Pessoa Júnior prestou depoimento pela segunda vez, ontem. Ele reafirmou sua primeira versão da história, na qual garante que o adolescente de 14 anos, filho da namorada, interferiu na discussão do casal
O advogado Aldemir Pessoa Júnior, suspeito de matar a empresária cearense Jamile de Oliveira Correia, prestou um novo depoimento, na tarde de ontem, no 2º Distrito Policial (Aldeota). Aldemir chegou à Delegacia às 14h45 e deixou o local por volta das 18h30. A reportagem apurou que o advogado disse para as autoridades que o disparo fatal contra Jamile Correia aconteceu devido à interferência do filho da empresária, um adolescente de 14 anos.
Durante o depoimento, com duração aproximada de quatro horas, Aldemir reafirmou às autoridades que o filho de Jamile estava com ele dentro do closet da empresária, no momento do disparo. Na versão do suspeito, ele e o menino protagonizaram uma luta corporal com Jamile, na tentativa de fazer com que ela não tirasse a própria vida.
Em entrevista concedida ao Sistema Verdes Mares na semana passada, o adolescente negou que tenha participado desta luta corporal e afirmou que em nenhum momento chegou a pegar na arma. O menino prestou três depoimentos, sendo que no último falou para a Polícia Civil sobre o namorado da mãe ter coagido ele a mentir na primeira vez que foi até a Delegacia.
No fim da semana passada, a reportagem teve acesso ao resultado da perícia dos DNAs encontrados na arma utilizada no suposto crime. O laudo emitido pela Perícia Forense do Ceará (Pefoce) indicou que três DNAs foram encontrados na pistola: o de Aldemir e o do policial civil que apreendeu a arma de fogo e participa das investigações e o da empresária.
O DNA de Jamile de Oliveira Correia só foi encontrado na extremidade do cano da arma, parte de onde sai o disparo. Em nenhuma parte do objeto foi verificado DNA da empresária e do filho adolescente. No "cão" (parte que arma o gatilho) e no gatilho não foi encontrado material genético.
A ausência de DNA nestas partes específicas da pistola pode ser um indicativo de que a arma foi limpa. No depoimento prestado ontem, Aldemir negou ter limpado o objeto, mas não explicou porque nenhum DNA foi encontrado no gatilho e garantiu que só foi encontrado o seu material genético porque ele era o proprietário da pistola.
Feminicídio?
O disparo contra Jamile aconteceu no fim da noite do dia 29 de agosto de 2019. No início da madrugada do dia 30, Aldemir e o filho da mulher a levaram até o Instituto Doutor José Frota (IJF), no Centro. Jamile Correia passou por cirurgia, mas não resistiu aos ferimentos e morreu na manhã do dia 31. Até então, o caso era tratado como um suicídio.
A Polícia Civil tomou conhecimento da morte apenas no dia 2 de setembro, data na qual um inquérito foi instaurado para apurar a ocorrência. Após alguns depoimentos e laudos, Aldemir Pessoa Júnior passou a ser considerado como suspeito de feminicídio.
Ontem, ao chegar no 2º DP, o advogado afirmou que não há motivos para um feminicídio. O suspeito ponderou destacou que "sem sombras de dúvidas foi um suicídio, infelizmente". Aldemir Pessoa Júnior negou que ele tenha agredido Jamile em outros episódios durante o namoro.
"O que existia era um ciúme excessivo da Jamile, e isso resultou em uma situação que não é agradável. Me corroi, inclusive. As provas que estão nos autos, a maioria delas, corroboram com a história da defesa. Estou muito mal, estou sob efeito de remédios. Quase não vinha, mas vim. Eu acredito que a verdade tem de prevalecer", declarou Aldemir.
BLOG SINHÁ SABOIA/ FONTE: DN
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