Um boletim de ocorrência coletivo foi registrado na Delegacia de Defesa da Mulher nesta quarta-feira
Oito estudantes da escola estadual Amália Xavier, de Juazeiro do Norte, denunciam um professor da instituição por assédio sexual. Duas adolescentes afirmam que o homem as tentou beijar à força. Um boletim de ocorrência coletivo foi registrado na Delegacia de Defesa da Mulher de Juazeiro do Norte, nesta quarta-feira (2).
O tio de uma vítima procurou a polícia e afirma que o assediador pegou o pescoço da sobrinha dele e tentou beijá-la à força.
“Não foi só ela. [Há] várias outras e há vários anos. Não é a primeira vez, não é a primeira vítima do que tá acontecendo nesse colégio”, relata o tio.
Situação semelhante foi relatada por outra adolescente, de 17 anos. Ela conta que os assédios começaram quando a escola promoveu um projeto para que os alunos escrevessem cartas. O professor teria pedido que a jovem escrevesse uma carta para ele.
“Ele pediu pra eu fazer uma carta pra ele, só que eu falei que não ia fazer. Um tempo depois, eu tava no colégio pela manhã ajudando no laboratório de informática e ele pediu pra eu montar um data show [projetor] em uma sala, que ele falou que tinha reunião lá. Quando cheguei na sala, ele já tinha montado, eu perguntei então por que ele tinha me chamado. Ele falou que era porque gostava da minha presença, e eu falei que ele não fizesse mais isso porque eu não gostava da dele”, relata.
Foi nessa ocasião que o professor também tentou beijá-la, segundo narra a vítima.
“Por um instante, quando eu me virei, ele botou a mão no meu rosto, segurou meu rosto e tentou me beijar.”
TRANCADA NA SALA
A ESTUDANTE AINDA DENUNCIA QUE O HOMEM CHEGOU A TRANCÁ-LA EM UMA SALA DE AULA, EM OUTRA OCASIÃO, PORQUE ELA SE NEGOU A DAR INFORMAÇÕES SOBRE A VIDA PESSOAL.
“Eu falei que isso não era da conta dele e pedi pra ele sair da sala, ele ficou calado e ficou insistindo. Eu pedi pra ele sair novamente. Ele fechou a porta e disse: 'você só vai sair se você me contar'. Aí eu falei que não queria falar nada com ele, pedi pra ele sair novamente. Ele abriu a porta e falou assim: 'não vou fazer nada que você não queira, mas pra você aprender vou sair e te deixar trancada aqui dentro'. Ele trancou a porta, tive que empurrar pra poder sair. Um tempo depois comuniquei a direção do colégio sobre o que tava acontecendo”, descreve a vítima.
A jovem deixou de frequentar as aulas do professor e se diz prejudicada.
“Eu não consigo entrar na sala de aula e fingir como se nada tivesse acontecido. Eu me recuso a assistir a aula dele. Tô saindo prejudicada com isso, eu reconheço, mas não dá pra ficar dentro de uma sala com uma pessoa desse tipo”.
Em nota, a Secretaria da Educação do Ceará (Seduc), por meio da Coordenadoria Regional de Desenvolvimento da Educação (Crede) 19, afirmou que “adotou as providências necessárias e abriu sindicância para apuração do caso”. Segundo a Seduc, a gestão da escola e os estudantes foram ouvidos.
BLOG SINHÁ SABOIA/ FONTE: DN
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