Equipamento foi considerado obsoleto pela Secretaria de Segurança e com custo de mão de obra elevado.
A imagem de policiais militares patrulhando o calçadão da Avenida Beira-Mar, em Fortaleza, a bordo de patinetes elétricos, os Segway, ficará apenas na memória de quem viu, no curto espaço de tempo em que foram utilizados os equipamentos, ou na imaginação de quem não viu, ao longo do tempo em que já não são mais parte do equipamento oficial da Corporação. Adquiridos, cada um, ao custo unitário de R$ 28.562,00, totalizando R$ 285.620,00, no ano de 2008, durante a gestão do governador Cid Gomes, os dez patinetes Segway comprados pelo Governo do Estado do Ceará foram aposentados e irão a leilão. A justificativa é que tornaram-se obsoletos e economicamente inviáveis.
Quando adquiridos, os patinetes foram alvo de bastante polêmica. À época, o valor empregado era o equivalente a um carro popular zero km. A eficácia dos aparelhos, que chegam a 20 km/h, também foi questionada.
Em agosto de 2013, o Governo informou que encaminhou os patinetes para manutenção. Era necessário realizar a troca das baterias dos equipamentos. A população, àquela altura, já se perguntava se os pequenos transportes seriam vistos novamente no calçadão. Entretanto, àquela época, a informação dada pela Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) era que os patinetes retornariam "o mais breve possível", apesar de não haver prazo para isso.
Estudo
Já se passaram dois anos e cinco meses desde a ida dos equipamentos para a assistência técnica. E onde estão os patinetes? De acordo com a SSPDS, os aparelhos estão aposentados. Um estudo realizado pela Pasta avaliou que não valeria a pena seguir com os equipamentos dado o alto custo de manutenção. Em nota, a Secretaria explica que ainda no ano de 2013 coletou as informações que levaram à tomada de decisão.
"A Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) informa que, em outubro de 2013, solicitou à Polícia Militar do Ceará informações referentes aos Segways (patinetes) e à relação custo-benefício dos equipamentos, para que fosse avaliada se a aquisição de novas baterias compensava financeiramente. Os patinetes, juntamente com veículos, mobílias e material de informática, foram submetidos à análise de uma comissão avaliadora referente às condições de operacionalidade. Verificou-se que os Segways, aparelho que desgasta e tem uma tecnologia que se tornou ultrapassada, e os demais equipamentos que estão inoperantes se tornaram economicamente inviáveis. Desta forma, a lista desses bens foi encaminhada à Coordenadoria de Apoio Logístico e Patrimônio da PM, para ser realizado leilão, cumprindo os trâmites legais", explicou a SSPDS.
Era janeiro de 2013, o jornal noticiou que a mobilidade dos policiais que patrulhavam a principal área turística da Capital estava reduzida pois apenas 20% da frota de Segway estava disponível para uso. O restante enfrentava problemas técnicos. À época, o então comandante do Batalhão de Policiamento Turístico (BPTur), coronel Cláudio Mendonça, afirmou que o desgaste dos aparelhos era grande devido, principalmente, à maresia.
Aquela não era a primeira vez que os patinetes haviam sumido. Desde 2011, tornaram-se comuns os desaparecimentos, com a justificativa de que eram levados para assistência técnica.
No período de dois anos, foram celebrados dois contratos de manutenção, válidos por 24 meses: um de R$ 168 mil, assinado em 13 de outubro de 2009, e outro de R$ 320 mil, celebrado em 9 dezembro de 2010. Os valores, no entanto, são estimados por contrato, não tendo sido pagos em sua totalidade.
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