Um policial civil que atuava também como psicólogo, foi expulso da corporação, suspeito de abusar sexualmente de criança autista de 11 anos. O agente atuava na Delegacia Municipal de Bela Cruz, no Litoral oeste do Ceará, e possuía um consultório particular no município, onde o crime ocorreu.
A decisão foi publicada no Diário Oficial do Estado desta terça-feira, 7/5. O crime ocorreu entre setembro de 2021 e março de 2022. O policial teria se aproveitado da criança que possui Transtorno do Espectro Autista (TEA), durante as sessões de psicoterapia. A criança era atendida há cerca de quatro anos.
Conforme a decisão, "o quadro de saúde mental da vítima teria regredido e se agravado diante da sensação de impunidade do agressor". Contra o agente, foi aberto um inquérito policial, na Delegacia de Combate à Exploração da Criança e do Adolescente (Dceca).
O homem foi condenado em 9 de janeiro de 2024 a 15 anos, 2 meses e 10 dias de prisão e ao pagamento de R$ 20 mil em danos morais a vítima. O caso cabe recurso, que ele recorre em liberdade.
O registro de psicólogo do agente também foi suspenso.
ENTENDA O CASO
O caso veio a tona junho de 2022, após denúncia da mãe da criança. O menino de 11 anos passou a ter comportamentos estranhos, pesquisando sites de filmes pornográficos online.
O garoto só confirmou a mãe que sofria abusos do psicólogo quando ela optou por ele não participar mais das sessões. Então, o menino agradeceu a mãe e contou os abusos.
O policial teria ainda ameaçado a criança para não contar nada que ocorria no consultório, pois poderia expor sua família.
O suspeito é casado com a tia da vítima. Em depoimento, a mãe da vítima informou que o filho foi paciente do ex-policial civil durante quatro anos. A criança tem diagnóstico de Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade - TDAH e Transtorno do Espectro Autista - TEA.
No depoimento, o ex-policial civil negou as acusações da família. Ele disse que decidiu encerrar as consultas depois que a esposa e cunhada dele (que são irmãs) tiveram uma briga por motivos financeiros.
BLOG SINHÁ SABOIA/ DN
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