Foto: Reprodução de TV |
O enterro de João Alberto Silveira Freitas, o homem negro de 40 anos morto por seguranças do supermercado Carrefour em Porto Alegre na noite de quinta-feira, foi marcado ontem por um clima de apelo por justiça e acusações de racismo. No momento do fechamento do túmulo, além de condenarem os dois seguranças que cometeram o crime, pessoas presentes pediram o indiciamento de uma fiscal do Carrefour que aparece nas imagens da agressão que terminou em morte.
O velório e o sepultamento ocorreram no Cemitério Municipal São João, na capital gaúcha. A atual mulher, Milena Borges Alves, estava muito emocionada. Assim como ela, o pai de João Alberto, João Batista Freitas, não se afastava por muito tempo do caixão. Também estavam presentes três dos quatro filhos de João Alberto: Thaís, 22; Tainara, 16; e Desiré, 9. O filho João Alessandro, 15, não quis participar da cerimônia.
— Ele disse que não quer ter a imagem do pai morto como última lembrança — explicou Marilene Santos Manoel, ex-mulher de João Alberto e mãe dos seus três filhos mais novos.
A filha mais velha de João Alberto, Thaís, disse que ficou sabendo da morte do pai após ser contactada por primos na madrugada de sexta. Logo em seguida, começou a receber mensagens com notícias e vídeos das cenas de agressão.
— Aquele vídeo é uma monstruosidade, ele poderia ter sido imobilizado e esperar a polícia chegar. O serviço deles não é matar — afirmou a jovem, que trabalha como faxineira e é mãe da única neta de João Alberto, uma menina de 6 anos.
Aposentado por invalidez, João vivia com um salário mínimo, fazia bicos pelo bairro e ajudava o pai. Ele morava com a companheira, Milena Borges Alves, e a filha dela Estava especialmente feliz nos últimos dias. Finalmente se casaria com Milena, no início de dezembro. Eles esperavam por esse momento desde o ano passado mas, devido à pandemia, a cerimônia estava sendo adiada. Viviam juntos há nove anos, desde que João se separou da ex- mulher, Marilene Santos Manoel.
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