quarta-feira, 29 de julho de 2020

MORRE MÚSICO CEARENSE ERICKSON MENDES, REFERÊNCIA EM INTERPRETAR AS CANÇÕES DE BELCHIOR EM FORTALEZA

Natural de Quixadá, artista tinha 51 anos e sofreu um infarto fulminante em casa na madrugada desta quarta-feira (29)


O músico cearense Erickson Mendes, 51, conhecido na noite de Fortaleza por interpretar as canções de Belchior (1946-2017), faleceu na madrugada desta quarta-feira (29), após sofrer um infarto fulminante em casa. A informação foi confirmada pelo cantor Paulo Façanha, parceiro de trabalho e um dos maiores amigos do artista.



Natural de Quixadá, município do sertão central cearense, Erickson despertou para o universo musical a partir da participação em eventos religiosos. Há oito anos, iniciou a carreira profissional no ramo, ganhando projeção, na Capital, em espaços como Bar do Bel, Cantinho do Frango, entre outros.

Paulo Façanha, que havia visitado Erickson há dois dias, ficou com o violão emprestado do músico e lamenta pela perda do amigo. "Ele tinha acabado de ter uma filhinha, comprado uma casa nova, e estava ganhando cada vez mais público e reconhecimento na cena. Nunca vi ele tão feliz na vida", afirma.

O cantor também destaca a versatilidade do violonista, que passeava por entre diferentes vertentes da música nordestina. Erickson Mendes, inclusive, era uma das presenças confirmadas, nesta quarta-feira (29), às 18h, na edição virtual do projeto "Sons do Mercado", realizado pela Secretaria da Cultura de Fortaleza.

"Era um cara que começou tarde no ramo musical, mas já deixou um sucesso imenso em Fortaleza. Era um profissional de ponta. Vai fazer muita falta", diz Paulo.

Reverência

O guitarrista Mimi Rocha, produtor musical de Erickson Mendes, também detalha a atuação profissional do amigo. Segundo ele, ambos dividiram inúmeros palcos juntos, sobretudo com o show "Tributo a Belchior", montado em 2014 com direção musical e guitarra de Mimi, participação vocal de Erickson e da esposa, Munique Mendes, e dos músicos Nélio Costa e Ricardo Pontes. 

A banda fez apresentações no Dragão do Mar, Praça do Ferreira, Shopping RioMar e vários bares de Fortaleza. "Eu o conheci na época do Bar do Bel, em 2010, durante os encontros de música aos domingos. Erickson só tocava violão, ainda não tinha coragem de cantar. Mas depois começou a fazer isso e despontou como um grande intérprete. Então, comecei a chamá-lo para os projetos", detalha.


Mimi comenta que, além da reverência a Belchior, o repertório de Erickson também contemplava outros grandes nomes da Música Popular Brasileira, a exemplo de Fagner, Fausto Nilo, Ednardo, Zé Ramalho, Alceu Valença, entre outros.

"Estávamos tocando até iniciar a pandemia. Ele era uma pessoa que estava em constante atividade, não parava nunca. Tinha uma agenda de apresentações à noite muito boa e um público enorme, que sempre o acompanhava. Por conta da partida dele, estamos todos muito tristes", situa.

"A música cearense perde um grande artista, com uma ascensão incrível, e uma ótima pessoa. Vai ficar a lembrança dele como um cara muito talentoso e simples, que todos gostavam muito. Quando passar tudo isso, vamos fazer uma grande homenagem a ele".

Autodidata

Em nota, a Secretaria da Cultura de Fortaleza também lamenta a partida de Erickson. No texto, destaca que o músico, autodidata, não teve formação musical, tendo sido incentivado para cantar profissionalmente por Zé Maria (Bel), dono do "Bar do Bel".

"Erickson participou de diversos projetos da Secultfor, com destaque para o Ciclo Carnavalesco, Virada Cultural, Bom de Fortaleza e inauguração do Centro Cultural Belchior. Ele iria participar hoje do projeto Sons do Mercado - Edição Virtual. (...). Desejamos os mais profundos sentimentos aos amigos e à família", complementa a nota.
O compositor paraibano Chico Pessoa também se une ao coro de vozes que prestam homenagem a Erickson Mendes. Numa publicação nas redes sociais, sublinhou que está "sem palavras para expressar tamanha tristeza".

BLOG SINHÁ SABOIA/ FONTE: DN

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