domingo, 11 de agosto de 2019

CENI: ADEUS ERA INEVITÁVEL E O QUE FICA É O LEGADO NO FORTALEZA

Não há o que reclamar, apenas agradecer


No fim, o que fica é o discurso: criar um legado. A frase foi dita por Ceni na apresentação e se manteve como máxima até aqui

Não há o que reclamar, apenas agradecer. A relação de quase dois anos chega ao fim com um Rogério Ceni ainda mais fortalecido e agora ídolo de um outro tricolor, o Fortaleza. Badalado desde a chegada ao clube em novembro de 2017, soube se deixar abraçar por uma torcida apaixonada e, jamais, se portou como alguém maior que a equipe que defendia.

O adeus chegava a ser inevitável, assim como o rótulo de maior treinador da história do clube, algo incontestável. Longe de uma relação abalada pela saída, o respeito. Com o profissionalismo apresentando no dia a dia, Ceni apenas provou porque é gigante e, acima de tudo, conseguiu deixar o Fortaleza com dimensões mais exuberantes, fruto do trabalho desenvolvido e dos seguidos títulos da Série B, Campeonato Cearense e Copa do Nordeste.

Do incômodo com a alimentação ao Centro de Excelência. Do rigor nas negociações aos treinos fechados. Da elegância à beira do campo às lágrimas com as homenagens da arquibancada. Tudo foi intenso e escrito justamente no ano do centenário, o capítulo mais emblemático. A diretoria do Fortaleza foi assertiva na negociação e deu um salto de patamar com a contratação.

É verdade, foi laboratório. Mas quem não há de ser um dia? Pela primeira vez, Ceni teve uma instituição inteiramente disponível para administrar. Os erros nos esquemas iniciais foram evidentes até a criação do 4-2-4, a birra com jogadores contratados também existiu e as consecutivas derrotas para o Ceará em 2018 o balançaram no cargo, nunca nas mãos do presidente Marcelo Paz, que acreditou no projeto apresentado. 

No fim, o que fica é o discurso: criar um legado. A frase foi dita por Ceni na apresentação e se manteve como máxima até aqui. A imagem que fica é a de um homem que se entregou ao jogo com tamanha intensidade que termina os 90 minutos ensopado como um atleta. O agradecimento é do futebol cearense.

Um adendo: deixa um Fortaleza bem montado no Brasileirão e que caminha com as próprias forças na competição. O desafio agora é encontrar um substituto à altura para alguém que nunca deixou de fazer história a cada passo que deu no Pici.

BLOG SINHÁ SABOIA/ FONTE: DN

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