segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

PREFEITO É EXECUTADO NA VÉSPERA DA SESSÃO QUE PODERIA CAÇÁ-LO

 
  Polícia investiga assassinato de Es
vandir Antônio Mendes (no detalhe)
  Foto:Divulgação
O prefeito de Colniza Esvandir Antônio Mendes (PSB), de 61 anos, foi assassinado em meio a uma crise política que poderia levá-lo à cassação de seu mandato. A Câmara Municipal da cidade tinha marcado para este sábado (16) uma sessão para julgar se ele permaneceria ou não no cargo. A informação foi confirmada pelo vereador Johny Guariba (PSB).
Em agosto, Esvandir chegou a ser afastado de suas funções por 90 dias, por suspeita de gastos ilegais de dinheiro da iluminação pública e irregularidades na folha de pagamento dos servidores. Por decisão judicial, ele conseguiu ser reconduzido ao cargo.
Esvandir foi morto na tarde de sexta-feira (15) dentro do carro que dirigia, uma SW4 preta. Ele foi perseguido por uma caminhonete, cujo ocupante fez vários disparos. Além dele, estavam no carro sua esposa, seu genro e o secretário de Finanças Admilson dos Santos, que ficou ferido.
Quando levou os tiros, o prefeito retornava de uma viagem a Cuiabá. Ele teria sido perseguido por cerca de 12 quilômetros pelos assassinos.
Moradores ouvidos pela reportagem na manhã deste sábado (16) acreditam que a morte de “Vando da Colniza Tur”, como era chamado, tenha motivação política. As autoridades, no entanto, preferem a cautela.
Ele é o segundo político assassinado na cidade em um intervalo de nove meses. Em março, o ex-vereador por três mandatos Elpídio Meira foi executado dentro de casa, em um crime ainda não esclarecido.
Ouvido pela reportagem, o promotor de Justiça da cidade, William Ogama, preferiu não fazer nenhum comentário sobre a possibilidade de o crime ter motivação política. Mas disse considerar estranho o fato de dois agentes políticos terem sido assassinados na cidade nos últimos meses.
Ele também não quis falar sobre suspeitos, já que as investigações correm em sigilo.
Colniza vive uma crise política há quase dois anos. Em janeiro de 2016, o então prefeito João Assis Raupp (PMDB), de quem Esvandir era vice, foi cassado pela Câmara. Ele era acusado de superfaturamento na compra de medicamentos, no pagamento de diárias e no aluguel de um imóvel.
Com a saída de Raupp, Esvandir assumiu o posto e se candidatou à reeleição em outubro, conquistando a vitória nas urnas. Seu vice é Celso da Cacique (PT), que agora vai assumir o comando do Município.
O assassinato de Esvandir chocou a cidade. Segundo testemunhas, a caminhonete em que ele estava foi seguida por vários quilômetros da zona rural até a região central da cidade. As testemunhas contaram que, após ser atingido, ele perdeu o controle da direção. O carro foi parar quase dentro de uma retífica de motores.
Até a manhã deste sábado, o carro de Esvandir permanecia no mesmo local, atraindo a atenção de curiosos.

Carro onde a vítima foi assassinada - Foto: Divulgação
Natural do Paraná, Esvandir estava em Colniza há cerca de duas décadas. Ele chegou à cidade como representante da empresa de ônibus Eucatur. Nos últimos anos abriu sua própria empresa de ônibus, a Colniza Tur, que atua no transporte intermunicipal de passageiros. Seu corpo foi velado no ginásio de esportes da cidade.
A reportagem tentou contato com o presidente da Câmara, Sargento Rodolfo Gonçalves, e com o relator da comissão processante Jesineison Brandão, mas não conseguiu contato com nenhum dos dois.
Policia prende três suspeitos - Três homens, suspeitos de terem participado diretamente do assassinato do prefeito de Colniza, Esvandir Antônio Mendes (PSB) foram presos na manhã deste sábado quando fugiam para a cidade de Juara. A prisão foi realizada pelo Grupo Armado de Resposta Rápida (Garra) da Polícia Civil, atendendo a uma determinação do governador Pedro Taques (PSDB), que solicitou que o assassinado do prefeito não ficasse impune. Taques foi para Colniza acompanhar o velório e está acompanhando de perto das investigações e inclusive o interrogatório dos três presos.
A prisão dos três suspeitos foi confirmada pelo delegado de Juína Marco Remuzzi, que atualmente responde interinamente pela Delegacia Regional. Conforme a Polícia Civil, os três homens foram presos em uma caminhonete na estrada entre o Colniza e Juína. As duas cidades ficam a 320 quilômetros uma da outra.
Ainda segundo o delegado as primeiros suspeitas são a de que os três tenham sido contratados apenas para executar o prefeito. “No depoimento deles vamos ver se conseguimos descobrir que foi o quem são os mandantes do crime”, observou.
O assassinato aconteceu na véspera da sessão em que a Câmara da cidade votaria sua cassação. Esvandir era acusado de cometer irregularidades com recursos da taxa de iluminação pública e na folha de pagamento dos servidores. Em agosto, ele chegou a ser afastado do cargo por 90 dias.
Esvandir é o segundo político assassinado na cidade em um intervalo de nove meses. Em março, o ex-vereador por três mandatos Elpídio Meira foi executado dentro de casa, em um crime ainda não esclarecido.

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