Um professor de matemática de 35 anos, é suspeito dos crimes de importunação e assédio sexual contra adolescentes, dentro de uma escola, em Fortaleza. Os assédios teriam acontecido no fim do ano de 2022, e só foram descobertos pelas famílias das vítimas agora neste mês de maio.
A reportagem apurou que, pelo menos, quatro meninos de 13 e 14 anos foram vítimas do mesmo professor. O pai de uma das vítimas concedeu entrevista ao Diário do Nordeste contando que, conforme relato do filho, os meninos eram chamados para um laboratório, onde o suspeito puxava as mãos dos alunos e colocava na genitália dele, prometendo que em troca iria aumentar as notas dos estudantes da última prova.
O caso aconteceu dentro de uma escola municipal localizada na Barra do Ceará. A família reclama que na época, a diretoria do colégio tomou conhecimento dos fatos, afastou o docente, mas não comunicou os assédios aos pais das vítimas.
A reportagem questionou a Secretaria Municipal de Educação (SME) sobre a denúncia. Por nota, a Pasta informou que está apurando rigorosamente as denúncias.
“Foi instaurada sindicância, encaminhada para a Procuradoria Geral do Município (PGM), a fim de prosseguir com o Processo Administrativo Disciplinar necessário. O caso também foi informado ao Conselho Tutelar para as devidas providências“, disse a SME.
COMO OS ASSÉDIOS ACONTECIAM
Em novembro de 2022, um menino de 13 anos relatou que foi chamado junto a três colegas para irem até o laboratório da escola, na companhia do professor.
Chegando ao laboratório, o suspeito disse, segundo os alunos, que as notas deles estavam ruins e, por isso, eles precisariam passar por mais uma avaliação.
“Puxou a mão do meu filho e colocou na genitália dele. Meu filho disse que saiu chorando e foi com os colegas na direção da escola. Na época, a diretora levou o caso até a Secretaria de Educação e o professor foi afastado”
PAI DE UMA DAS VÍTIMAS
Os meninos se envergonharam decidindo não contar aos pais e, desde então, não receberam apoio psicológico.
Quase seis meses após o ocorrido, uma das vítimas conversou sobre o fato em casa: “eu fiquei muito surpreso de nunca a escola ter me chamado pra dizer nada. Do jeito que ele fez com nossos filhos, ele pode ter feito e fazer com outros. Há seis meses a Secretaria é ciente do caso e sequer colocou a psicóloga à disposição deles. Essas crianças vêm sofrendo bullying no colégio e sem nenhum apoio”, afirma o pai.
APURAÇÃO DO CASO
A SME afirma que agentes da Célula de Mediação Social e Cultura de Paz da SME têm realizado escutas qualificadas junto aos estudantes, seus responsáveis e comunidade escolar.
“Esta medida tem como objetivo realizar o acolhimento dos alunos e orientação aos familiares. A SME ressalta o compromisso em assegurar a integridade, física, moral e psicológica de seus estudantes, sendo repudiados quaisquer atos de violência, sejam eles verbais, físicos ou psicológicos”, acrescentou a Secretaria.
A Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) afirma que a Delegacia de Combate à Exploração da Criança e do Adolescente (Dceca) investiga a denúncia.
Conforme a SSPDS, “neste momento, oitivas e diligências estão em andamento com o objetivo de elucidar o caso. Mais informações não serão divulgadas para não comprometer os trabalhos policiais em andamento”.
A Secretaria da Segurança Pública destaca que a população pode contribuir com as investigações repassando informações que auxiliem os trabalhos policiais. As informações podem ser direcionadas para o (85) 3101-7340, da Dceca ou para o número 181.
BLOG SINHÁ SABOIA/ DN
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