Nesta terça-feira (6), o Ceará superou a marca de mil assassinatos em 2018. Em apenas 65 dias do ano, 1.002 pessoas foram mortas no estado em homicídios latrocínios (roubo seguido de morte) ou lesões corporais seguidas de óbito, oficialmente denominados de Crimes Violentos, Letais e Intencionais (CVLIs).
Em janeiro, 528 pessoas foram assassinadas no Ceará, além de 388 em fevereiro. Em março, entre os dias 1º e 6 foram já foram registrados 86 homicídios. A média diária de CVLIs no estado até ontem (6) era de 15,4.
Entre os dias 1º de janeiro e 6 de março, 318 pessoas foram assassinadas na Capital, 300 na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), 199 no Interior Norte e 185 no Interior Sul, perfazendo o total de 1.002 assassinatos nos primeiros 65 dias de 2018.
Números que não aparecem
Entre as vítimas dos 1.002 assassinatos estão 64 pessoas cujos nomes e registros de crimes não vão aparecer na estatística oficial do estado. Foram 48 mortas em confronto com a Polícia e outras 16 assassinadas em unidades do Sistema Penitenciário, como cadeias públicas, presídios, penitenciárias ou Casas de Privação Provisória da Liberdade (CPPLs). Na contagem oficial, a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), exclui tais óbitos, por não considerá-los CVLIs.
Conforme dados da SSPDS, somente em janeiro, 39 pessoas morreram em tais circunstâncias, sendo 14 em unidades prisionais e 25 por intervenção policial. Os dados oficiais de CVLIs de fevereiro ainda não foram divulgados pelo órgão.
Chacinas
Entre as 1.002 vítimas dos homicídios estão 28 pessoas assassinadas em três chacinas registradas no estado.
A primeira chacina aconteceu no dia 8 de janeiro, na localidade Serra Pelada, zona rural do Município de Maranguape, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), quando quatro homens foram fuzilados no interior de sua residência. Entre as quatro vítimas estavam dois adolescentes com idades entre 16 e 17 anos. As quatro vítimas foram identificadas como: Joaquim Monteiro da Silva Neto, 19 anos; Antônio Heberson Brito Jacinto, 17; João Lucas de Sousa Morais, 18; e Rhuan Ferreira de Sena, 16 anos. A matança foi atribuída à “guerra” de facções criminosas locais.
A segunda chacina aconteceu na madrugada do dia 27 de janeiro na casa de shows “Forró do Gago”, localizada na Rua Madre Teresa de Calcutá, na comunidade Barreirão, bairro Cajazeiras, na zona Sul de Fortaleza. No total, 14 pessoas foram mortas a tiros, sendo oito mulheres e seis homens. Entre as mulheres, duas eram adolescentes.
Os 14 mortos na maior chacina já registrada no Ceará foram as seguintes pessoas: Maíra Santos da Silva, 15 anos; Maria Tatiana da Costa Ferreira, 17; Brenda Oliveira de Menezes, 19; Raquel Martins Neves, 22; Luana Ramos da Silva, 22; Renata Nunes de Sousa, 32; Marisa Mara Nascimento da Silva, 37; Edneusa Pereira de Albuquerque 38; José Jéfferson Spousa Ferreira, 21; Wesley Breno dos Santos Nascimento, 24; Natanael Abreu da Silva, 25; Antônio Gilson Ribeiro Xavier, 31; Raimundo da Cunha Dias, 48; e Antônio José Dias de Oliveira, 55 anos.
A terceira matança aconteceu dentro da Cadeia Pública da cidade de Itapajé, na zona Norte do Estado (a 124Km de Fortaleza) durante uma briga entre detentos de facções criminosas rivais. O fato ocorreu na manhã do dia 29 de janeiro.
Os dez detentos mortos foram identificados como: Alex Alan de Sousa Silva, Francisco Emannuel de Souza Araújo, William Aguiar da Silva, Francisco Helder Martins Miranda, Carlos Bruno Lopes da Silva, Caio Mendes Mesquita, Francisco Mateus da Costa Mendes, Francisco Davi de Sousa Mesquita, Manuel da Silva Viana e Francisco Elenilson de Souza Braga. Todos foram mortos por espancamento ou golpes de faca e “cossoco”.
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