quarta-feira, 18 de novembro de 2015

POLÍCIA APREENDE R$ 220 MIL EM DROGAS SINTÉTICAS

Delegados Sérgio Pereira e Patrícia Bezerra, da Divisão de Combate ao Tráfico de Drogas (DCDT), da Polícia Civil cearense, deram detalhes da operação, que resultou na maior apreensão do Norte/Nordeste em drogas sintéticas
As substâncias de alto custo eram traficadas por jovens de classe média alta, segundo a Polícia Civil.

Catorze pessoas suspeitas de tráfico de drogas sintéticas foram presas durante a segunda fase da operação 'Rave Over', deflagrada de 11 a 15 deste mês, pela Divisão de Combate ao Tráfico de Drogas (DCTD). Dentre os presos estão integrantes da maior quadrilha deste segmento, que agia no Estado atualmente, segundo a Polícia Civil. A droga apreendida, avaliada em R$ 220 mil, era de origem europeia. O chefe da organização criminosa, identificado como Davi Saraiva Benigno, de apenas 21 anos, foi detido e é apontado pelas investigações como um dos principais traficantes do Nordeste.
A primeira fase da operação foi deflagrada em julho de 2015. Onze pessoas foram presas, entre elas Mário Ítalo Savir, que era quem mais negociava este tipo de entorpecente no Ceará, na época. Com a prisão dele, Benigno teria ocupado este lugar. Segundo a delegada Patrícia Bezerra, diretora adjunta da DCTD, os dois eram rivais e a prisão de Savir serviu para Benigno se estabelecer, principalmente na conexão Natal x Fortaleza, como principal fornecedor do mercado desse tipo de droga.



Segundo a delegada, o material apreendido chegou em Fortaleza na semana passada, para abastecer uma festa rave, que aconteceu do dia 14 para o dia 15 em uma barraca, na Praia do Futuro. Davi Benigno teria repassado os entorpecentes para seus aliados e eles estavam fazendo as entregas para quem venderia a droga na festa. "Os comparsas do Davi começavam a distribuir a droga cerca de 15 dias antes das raves. Ele não vendia diretamente para os consumidores. Distribuía para quem ia de fato traficar nas festas", explicou.
Davi Saraiva Benigno, 21, e mais 13 pessoas foram presas. Ele é apontado como chefe do grupo criminoso
Classe média alta

A Polícia deteve fornecedores, distribuidores e usuários da droga. As buscas pelas substâncias proibidas aconteceram em bairros nobres da Capital, como Dunas, Aldeota, Meireles, Praia de Iracema e Dionísio Torres. O diretor da DCTD, delegado Sérgio Pereira, disse que a Polícia esteve em mansões, onde os suspeitos moravam. "Muitos deles eram ricos, universitários, tinham vidas abastadas. Os pais demonstraram surpresa e decepção ao verem a Polícia com seus filhos. As investigações apontaram que eles não sabiam de nada, nem imaginavam que tinham um traficante dentro da própria casa", declarou o delegado Sérgio Pereira.
Uma das investidas policiais se deu no estacionamento de um supermercado na Avenida Pontes Vieira, bairro Dionísio Torres. Um químico iria fazer a entrega, quando foi abordado. No estacionamento de um shopping, no bairro Benfica, um jovem foi preso em circunstâncias parecidas. As outras apreensões ocorreram nos bairros Papicu, Itapery e Pirambu.
A maior parte do material foi encontrada no dia 11 de novembro, no Pirambu. Em uma casa, foram achados potes de MDMA vindos da Holanda pelos Correios, dois mil pontos de NBOMe e frascos com LSD líquido.
Na casa de Benigno, no Itapery, a Polícia encontrou além de droga, uma pistola calibre 765, munições, três automóveis, três motocicletas e um quadriciclo. "Ele tinha se desgarrado da família, tinha tentado matar o Savir e respondia por tráfico", disse Patrícia Bezerra.
Antônio Leandro Lino Bezerra, Bruno Nogueira Pereira, Anderson Linhares Matos, Dominick Costa Melo, Tales Iuri Hagn, Djacir Alves de Paula Júnior, Michel Romário Vasconcelos, Márcia Ferreira Sousa, Davi Saraiva Benigno, Mateus Rocha Lopes, Ragner Queiroz Silva, Felipe Vieira Gonçalves, Gabriel da Silva de Sousa e Leandro Vieira Oliveira foram as pessoas presas entre os dias 11 e 15. Alguns deles, flagrados vendendo droga dentro da festa. "São ricos, bem aparentados. Não estavam no tráfico por necessidade financeira. Escolheram viver assim, como criminosos e agora serão responsabilizados", disse a delegada Patrícia Bezerra.

Substâncias


Os entorpecentes apreendidos são mais caros que drogas como a maconha, cocaína e o crack. O MDMA, conhecido como cristal, custa R$ 150 um grama; uma gota de LSD líquido custa R$ 50; um selo de NBOMe custa R$ 30. Foram apreendidos ao todo 500 gramas de MDMA, 1.650 comprimidos de ecstasy, 2.000 pontos de NBOMe, 200 ml de LSD, 10 gramas de Ketamina, uma pequena quantidade de haxixe, além de três quilos de maconha prensada e 23 frascos de 'loló'.

Fonte: DN

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