sexta-feira, 26 de outubro de 2018

17 ANOS DEPOIS DE MATAR A ESPOSA E OS DOIS FILHOS, COMERCIANTE É CONDENADO A 78 ANOS DE PRISÃO EM BREJO SANTO



"Dão Leite" saiu do julgamento amparado pela Polícia, com colete à prova de balas e uma bengala 

Dezessete anos depois de uma tragédia familiar que abalou a população do Cariri (Região Sul do Ceará), a Justiça condena o autor de uma chacina em que uma mulher e seus dois filhos, de 4 e 9 anos, foram cruelmente assassinados a facadas pelo próprio marido e pai. Nesta quarta-feira assassino (24), o assassino finalmente sentou no banco dos réus e recebeu uma pena de 78 anos de prisão pelo triplo homicídio. 

Sebastião Pereira Leite, o “Dão Leite”, era considerado um cidadão de família na cidade de Brejo Santo (a 515Km de Fortaleza), onde trabalhava como comerciante. Mas, no dia 7 de fevereiro de 2001, mostrou sua verdadeira face. Matou, a golpes de faca, a esposa, Ada Maria Campos Leite, então com 49 anos de idade; e os dois filhos do casal, a menina Aline Campos Leite, de 9 anos; e o pequeno Alex Campos Leite, que tinha 4 anos e foi esquartejado pelo pai assassino. O crime ocorreu na residência do casal, na Rua Coronel Basílio, na sede do Município. 

Mãe e filhos mortos pelo marido e pai em fevereiro de 2001, em Brejo Santo 


“Dão Leite” teria decidido eliminar a família para não deixar uma valiosa herança, segundo apurou a Justiça na época. Mas ele fugiu do Ceará e foi se refugiar no estado de Goiás, onde passou a ter outra vida. De comerciante, virou empresário, dono de uma promissora empresa distribuidora de bebidas localizada no Setor Jardim América, bairro da zona nobre, na zona sul de Goiânia. 

Em julho de 2013, portanto 12 anos após ter cometido a atrocidade em família, o assassino deu um passo em falso que lhe custou caro. Decidiu requerer aposentadoria e foi a um posto do INSS onde apresentou documentos. Logo, as autoridades descobriram que contra ele havia um mandado de prisão da Justiça do Estado do Ceará, através da Comarca de Brejo Santo. Acabou preso no dia 10 de julho daquele ano. 

Escoltado 

Uma equipe de policiais militares cearenses foi enviada a Goiás para recambiar o assassino para sua terra natal, onde ele havia cometido o triplo assassinato. O então capitão PM L. Rodrigues (hoje, major), comandante da 3ª Companhia do 2º BPM (Brejo Santo), seguiu para Goiânia junto com os sargentos Oliveira e Dimas e o soldado Marcelon. Após rodar cerca de 3 mil quilômetros, a patrulha retornou ao Ceará com o assassino. Ontem, mais um capítulo dessa triste história familiar terminou com a condenação do assassino. 

O julgamento atraiu dezenas de pessoas e teve que ser realizado no Cine-Teatro de Brejo Santo. “Dão Leite” foi condenado a 24 anos de reclusão pela morte da esposa, 27 anos pelo assassinato da filha Aline, e mais 27 anos pelo assassinato a facadas e esquartejamento do filho Alex, totalizando 78 anos de reclusão. Do local onde ocorreu o crime, foi levado para a Penitenciária Industrial e Regional do Cariri (PIRC), onde já estava recolhido desde a sua captura em Goiás, há cinco anos. 

BLOG SINHÁ SABOIA/ POR FERNANDO RIBEIRO

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