quinta-feira, 2 de agosto de 2018

MINISTÉRIO PÚBLICO DENUNCIA POLICIAL CIVIL COMO MANDANTE DE CRIME DE PISTOLAGEM EM ACOPIARA



Após dois anos e dois meses de um crime de pistolagem ocorrido na cidade de Acopiara, na região Centro-Sul do estado (a 340Km de Fortaleza), finalmente, o caso é esclarecido após trabalho de investigação sigiloso, demorado e complexo realizado pela Polícia Judiciária e Ministério Público Estadual (MPE). O assassinato da jovem Karina Firmino de Freitas, executada a tiros por pistoleiros, foi desvendado e, conforme denúncia do MP, a mandante do assassinato foi uma policial civil, a escrivã Ludmilla Freitas Andrade.

Durante dois anos e dois meses, a família da jovem lutou por justiça. O caso que começou a ser investigado pela própria Delegacia de Polícia de Acopiara acabou sendo transferido para o Núcleo de Homicídios da Delegacia Regional de Juazeiro do Norte. Com a quebra de sigilo telefônico dos suspeitos, a verdade sobre o crime veio à tona. Karina foi vítima de um crime de aluguel. Dois pistoleiros foram contratados para o “serviço”.

Passional

Nas investigações, a Polícia descobriu que o crime teve motivo passional. A escrivã de Polícia, Ludmilla Freitas Andrade, que na época do crime trabalhava na própria Delegacia de Acopiara, ordenou e planejou pessoalmente a morte da jovem. Ludmilla descobriu que seu então marido, o soldado da PM Thiago Martins Teixeira Florentino, na época lotado no Ronda do Quarteirão de Acopiara, estava tendo um caso com Karina Firmino e esta acabou engravidando e tendo um filho deste relacionamento. A partir de então, a escrivã passou a fazer ameaças de morte à jovem, culminando no assassinato na noite de 4 de maio de 2016.

Em um dos trechos da investigação, a declarações da avó materna de Karine, quando esta diz que a neta estava muito assustada pois em um encontro com o namorado, o soldado Thiago revelou que a esposa (a escrivão) lhe confidenciou que iria matá-la.

Com a quebra do sigilo telefônico das investigadas, ficou evidenciado e provado o envolvimento da escrivã e sua doméstica no crime. O inquérito foi concluído com o indiciamento das duas e remetido à Comarca de Acopiara. No entanto, a juíza de Direito, Karla Cristina de Oliveira, remeteu os autos para Fortaleza. O processo agora se encontra em tramitação na Terceira Vara do Júri da Capital.

A denúncia contra a escrivã e sua comparsa foi elaborada pela Procuradoria Geral de Justiça do Estado do Ceará e está assinada pelos promotores de Justiça Igor Caldas Baraúna Rêgo (da Comarca de Acopiara), Humberto Ibiapina Lima Maia, Francisco Gomes Câmara, Luciana de Aquino Vasconcelos Frota, Nelson Ricardo Gesteira Monteiro e Fernanda Andrade Mendonça, todos do Núcleo de Investigações Criminais (Nuinc) da PGJ-CE.

Para os promotores, a jovem Karina Firmino foi vítima de um crime premeditado, de pistolagem. “Ludmilla e Nice são mandantes do crime, tendo contratado, de maneira covarde, pistoleiros para executar a empreitada criminosa”, diz um dos trechos da denúncia. E mais: “Não houve abordagem, não houve possibilidade alguma da vítima se desvencilhar da encruzilhada criminosa imposta pelos executores e seus mandantes”.

BLOG SINHÁ SABOIA/ POR FERNANDO RIBEIRO

0 comentários:

Postar um comentário